quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Metrópolis (filme)

Metrópolis é um filme alemão de ficção científica produzido em 1927, realizado pelo cineasta austríaco Fritz Lang. Foi, na época, a mais cara produção até então filmada na Europa, e é considerado por especialistas um dos grandes expoentes do expressionismo alemão e também foi uma obra-prima à frente do seu tempo, já que pode se dizer que continua "atual". O roteiro, baseado em romance de Thea von Harbou, foi escrito por ela, em parceria com Lang. Em 2008 foram reencontrados, na Argentina, 30 minutos de metragem deste clássico. Tal parte será restaurada e acrescentada à versão conhecida. Na Berlinale 2010, o filme teve, 83 anos depois, a sua segunda estreia mundial.


O enredo é ambientado no século XXI, numa grande cidade governada autocraticamente por um poderoso empresário. Os seus colaboradores constituem a classe privilegiada, vivendo num jardim idílico, como Freder, único herdeiro do dirigente de Metropolis.

Os trabalhadores, ao contrário, são escravizados pelas máquinas, e condenados a viver e trabalhar em galerias no subsolo. Num meio de miséria entre os operários, uma jovem, Maria, destaca-se, exortando os trabalhadores a se organizarem para reivindicar seus direitos através de um escolhido que virá para os representar.

Através de cenas de forte expressão visual, com o recurso a efeitos especiais, algumas se tornaram clássicas, como a panorâmica da cidade com os seus veículos voadores e passagens suspensas. Alusões bíblicas, mistério, ação e romance, completam o leque que envolve o público e o mantém em suspense até ao final.

A obra demonstra uma preocupação crítica com a mecanização da vida industrial nos grandes centros urbanos, questionando a importância do sentimento humano, perdido no processo. Como pano de fundo, a valorização da cultura, expressa no filme através da tecnologia e, principalmente, da arquitetura. O ponto alto do filme e grande mote é, sem dúvida, o final - onde a metáfora "O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração!" se concretiza no simbólico aperto de mão mediado por Freder entre Grot (líder dos trabalhadores) e Jon Fredersen - o empresário.

FONTE: wikipedia

http://www.youtube.com/watch?v=XFJvZLpEGfo

Tem o filme completo e legendado no youtube!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Exposición N° 1

Natividad, o cachorro que morreu em nome de uma duvidosa arte

Guillermo Vargas Habacuc, um artista costarriquenho em agosto de 2007,  criou uma instalação intitulada “Exposición N° 1″, em uma mostra realizada na Galeria Códice, localizada em Manágua, capital da Nicarágua. Ao som do hino sandinista tocado ao contrário, os visitantes se deparavam, na entrada da exposição, com uma frase na parede (“eres lo que lees”) cujas letras eram formadas por comida de cachorro.
Somos o que lemos?
Logo adiante, os visitantes eram surpreendidos pela seção mais polêmica da instalação de Habacuc: um cachorro enfermo, que teria sido capturado nas ruas de Manágua, preso em um canto da galeria. Segundo o artista, sua obra representava uma homenagem a Natividad Canda, um nicaraguense morto recentemente devido a um ataque feito por dois cães da raça rottweiler. Justificou, desta maneira, a captura de um cachorro indefeso e doente, que também recebeu o nome de Natividad. Que não recebeu nenhum auxílio veterinário, não foi alimentado e, apesar dos pedidos de vários freqüentadores da exposição para que fosse solto, permaneceu amarrado até o dia seguinte à inauguração da instalação, quando morreu de fome diante dos olhares dos espectadores.
Quem é o verdadeiro animal nessa história?
Diante da polêmica que certamente desejava causar, Guillermo Vargas Habacuc afirmou: “O importante para mim era constatar a hipocrisia alheia. Um animal torna-se foco de atenção quando o ponho em um local onde pessoas esperam ver arte, mas não quando está no meio da rua morto de fome”. E arrematou: “O cachorro está mais vivo do que nunca porque segue dando o que falar”.
FONTE: http://pensarenlouquece.com/

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"PENSO, LOGO...", "EXISTO ONDE NÃO PENSO".

"Dubito, ergo cogito, ergo sum"
"Eu duvido, logo penso, logo existo"

A frase é uma conclusão do filósofo e matemático francês Descartes alcançada após duvidar da sua própria existência, mas comprovada ao ver que pode pensar e, desta forma, conquanto sujeito, ou seja, conquanto ser pensante, existe indubitavelmente.

Descartes pretendia fundamentar o conhecimento humano em bases sólidas e seguras (em comparação com as fundamentações do conhecimento medievais, cujas bases não eram claras e distintas). Para tanto, questionou e colocou em dúvida todo o conhecimento aceite como correto e verdadeiro (utilizando-se assim do ceticismo como método, sem, no entanto, assumir uma posição cética). Ao pôr em dúvida todo o conhecimento que, então, julgava ter, concluiu que apenas poderia ter certeza que duvidava. Se duvidava, necessariamente então também pensava, e se pensava necessariamente existia (sinteticamente: se duvido, penso; se penso, logo existo). Por meio de um complexo raciocínio baseado em premissas e conclusões logicamente necessárias, Descartes então concluiu que podia ter certeza de que existia porque pensava.

A frase "Cogito, ergo sum" aparece na tradução latina do trabalho escrito por Descartes, Discours de la Méthode (1637), escrito originariamente em francês e traduzido para latim anos mais tarde. O trecho original era "Puisque je doute, je pense; puisque je pense, j'existe" e, em outro momento, "je pense, donc je suis". Apesar de Descartes ter usado o vocábulo "logo" (donc), e portanto um raciocínio semelhante ao silogismo aristotélico, a ideia de Descartes era anunciar a verdade primeira "eu existo" de onde surge todo o desejo pelo conhecimento.
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cogito_ergo_sum


“Penso onde não existo.”

Para o psicanalista francês Jacques Lacan, o sujeito da psicanálise é aquele descentrado, em que a consciência não forma seu centro. Portanto, Lacan acredita que a consciência é uma ilusão e toda certeza é, na verdade, enganosa. Isso vai de encontro com a teoria freudiana. Freud alterou a famosa frase de Descartes. O “penso, logo existo” foi trocado pelo “penso onde não existo”. Essa idéia de Lacan e Freud também casa com o pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), que em seu livro Além do Bem e do Mal (1886) afirma que a consciência engana o filósofo e que uma filosofia de verdade deve sempre duvidar do próprio pensamento.

A consciência como mera ilusão de Lacan vai contra a psicologia do ego norte-americana e o racionalismo. O homem, antes centro de seu próprio universo, não controla sequer seus próprios pensamentos. A pergunta que vale para Lacan é sempre: “Sou eu ou é o outro?”. Na verdade, a imagem do outro introjetada (principalmente pai, mãe e antepassados) é a que constitui de fato o sujeito. Portanto, é apenas no inconsciente que temos a referência de nós mesmos, onde se encontra a verdadeira realidade psíquica de cada um de nós.  O pensamento, assim, passa a ser ilusório e o sujeito vai muito além do ego, que em grande parte também é inconsciente. Em uma instância mais radical, é como se fossemos todos bonecos de ventríloquo cumprindo papeis sem saber muito bem os motivos. A mão que nos controla é o inconsciente.

Por isso, para Lacan, o saber da psicanálise não é absoluto, e sim singular e incompleto. O inconsciente é um saber onde não existe um eu, e é estruturado como uma linguagem: o discurso do outro. Essa estrutura de linguagem incide sobre o sujeito à sua completa revelia. Para Lacan, a palavra é a morte da coisa. Ou seja, uma máscara que não nos permite enxergar o que de fato somos – isso é compatível com a filosofia budista e os objetivos da meditação. O que somos, como diria Chico Buarque na letra de “O Que Será”, é aquilo que “não tem nome nem nunca terá”. O psicanalista, assim, deve deixar de lado seu suposto saber e ter a humildade de perceber que ele e o paciente , em última instância, sofrem do mesmo sintoma: uma busca por uma completude imaginária que nunca poderão alcançar. Hoje, a caracterstíca mais importante de um psicanalista é a humildade diante do indizível da existência. E uma profissão com essas características é tudo que sempre busquei ao longo da vida.

Precisei primeiro trabalhar com as palavras para enxergar o quanto elas nos enganam. O silêncio é mesmo uma benção.

FONTE: http://setedoses.wordpress.com/2010/11/28/lacan-a-subejtividade-do-sujeito-e-o-papel-da-minha-nova-profissao/
André Toso escreve aos domingos para o Sete Doses e termina a primeira etapa de sua formação em psicanálise este ano. As outras etapas ainda demorarão muito. Mais ou menos a vida inteira



O Mundo Percebido, por Clóvis de Barros Filho (vídeo)

O Mundo Percebido from Galeria Experiência on Vimeo.