O essencial é saber ver.
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.
Mas isso (tristes de nós que trazemos a
alma vestida!)
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender.
Fernando Pessoa
Segundo Yoshi Oida, os limites estimulam a intensidade, e “o compromisso com um conjunto de regras liberta nossa criação e a faz atingir uma profundidade e um vigor que de outra forma seriam impossíveis” (2001, p.85). “Pode-se dizer que não há liberdade se não se paga o preço do ascetismo”, este entendido como “limitação do eu”, acrescentaria Jerzy Grotowski (BARBA, 1995, p.237).
Neste contexto é importante falar sobre a repetição. Barba ensina que os exercícios de cada ator “são repetidos como as palavras de uma língua estrangeira que se deseja aprender, de modo mecânico” (1995, p. 245), para mais tarde serem absorvidos e começarem a ter seu próprio desenvolvimento. De fato, a repetição é ato fundamental para que se atinja um estado em que a técnica é incorporada pelo ator, até o ponto em que ele passa a ter total controle sobre as regras criadas, de forma que elas se tornem tão naturais que desapareçam.
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