terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Para dançar, deve-se matar o corpo...


Kazuo Ohno, diz que ao dançar, deve-se ter o corpo morto e os olhos mortos. Para dançar, deve-se matar o corpo, no sentido de matar a submissão da expressão do nosso corpo à nossa vontade, ao nossos ego e superego. Através do corpo morto pode-se chegar a um resultado inusitado, genuíno, "louco". É como a busca da "fala" de um corpo sem preconceitos, sem dogmas. Mata-se um corpo para que outro, desconhecido, possa revelar-se.
Em uma aula no seu estúdio, Ohno explicou aos alunos os olhos mortos:
"Dançar como num sonho. Olhos abertos sem ver, sem fixá-los em nada, sem tomar conhecimento visual do que se passa. Há anos eu venho estudado a respeito dos olhos. Que tipo de olhos trazer quando se representa a eternidade? Ah! Que difícil! De qualquer maneira, se se dança de olhos fechados (como vejo alguns fazerem) perde-se uma parte essencial do corpo. Tive um cachorro que morreu de olhos abertos. Olhos vivos, translúcidos, mas olhos que nada vêem. É esse o olhar que vocês devem ter."
 

Tooro Nagashi celebrado no final do Obon. As lanternas de papel com os nomes dos falecidos escritos são soltas no mar ou em rios. As lanternas iluminam o caminho dos espíritos e são acompanhadas de pedidos de paz.

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