quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

“– Mas, que importa tudo isso?! Qual é a cor de minha forma, do meu sentir? Qual é a cor da tempestade de dilacerações que me abala? Qual a de meus sonhos e gritos? Qual a de meus desejos e febre?”


Cruz e Souza

3 comentários:

  1. "triste negro... pois como ser artista com esta COR?..."

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  2. De fato Sr. Anômino, mas, creio em que suas obras essa era a principal nucleo de sua criatividade.

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  3. A condição racial do poeta certamente oferece uma "cor local" ou seja um caráter nacional bem distante dos rótulos (branco-negro)em suas obras.
    O que há de original em sua poética, que não somente distingue sua poesia do modelo estrangeiro como também lhe confere a principal diretriz crítica,que é a revolta contra a condição de ser cientificamente considerado inferior e fadado ao fracasso devido ao fato científico de ser da "raça" negra.
    "Pois, como ser artista com essa COR?"
    Cruz e Sousa vive a angústia e revolta de ser um artista simbolista, que almeja as alturas e a pureza, mas, contraditóriamente pertencer a uma raça considerada primitiva, incapaz de sentir um alto grau de sensibilidade e raciocíneo; a angústia de se sentir "emparedado da raça", de não poder se realizar profissionalmente devido a sua cor; a sua revolta manifesta através do satanismo poético ou o desejo de ascensão rumo ao ideal e a comunhão com os cosmos considerado como compensação de toda miséria e opressão impostas.

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