terça-feira, 1 de março de 2011

ALMA FERIDA

Alma ferida pelas negras lanças
da Desgraça, ferida do Destino,
Alma, de que a amargura tece o hino
sombrio das cruéis desesperanças;
Não desças, Alma feita das heranças
da Dor, não desças do teu céu divino.
Cintila como o espelho cristalino
das sagradas, serenas esperanças.
Mesmo na Dor espera com clemência e
sobe à sideral resplandecência,
longe de um mundo que só tem peçonha.
Das ruínas de tudo ergue-te pura
e eternamente, na suprema Altura,
suspira, sofre, cisma, sente, sonha!

                                                              CRUZ E SOUSA

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