V
Seja o mais leve inseto, a laje mais pesada,
Tudo se decompõe na efêmera jornada.
Não há bronze que ature os arrastos tiranos
Da cheia assoladora e indomável dos anos;
Só o espírito ascende, escapa às tempestades,
Não rola na ladeira eterna das idades.
O sol que resplandece, a estrela que cintila,
Tudo se transfigura em mentirosa argila,
Nada é perpétuo, nada, embora nos conforte
A vida a ressurgir dos escombros da morte,
Para voltar de novo aos trágicos momentos,
Ao silêncio voraz dos apodrecimentos.
Seca uma folha idosa, outra folha rebenta,
E torna, cedo ou tarde, à poeira que a sustenta.
Morre uma flor galante, outra flor engraçada
Vinga, e a ceifa devora a planta engrinaldada;
Sazona um fruto ameno, outro fruto aparece
Verde, e, se o poupa o campônio, algum dia apodrece...
É a morte soberana, o lodo nivelando,
O tempo demolindo, e o tempo edificando.
Falemos do painel das tintas desbotadas...
Quantos vestígios mil de coisas acabadas!
Tudo se decompõe na efêmera jornada.
Não há bronze que ature os arrastos tiranos
Da cheia assoladora e indomável dos anos;
Só o espírito ascende, escapa às tempestades,
Não rola na ladeira eterna das idades.
O sol que resplandece, a estrela que cintila,
Tudo se transfigura em mentirosa argila,
Nada é perpétuo, nada, embora nos conforte
A vida a ressurgir dos escombros da morte,
Para voltar de novo aos trágicos momentos,
Ao silêncio voraz dos apodrecimentos.
Seca uma folha idosa, outra folha rebenta,
E torna, cedo ou tarde, à poeira que a sustenta.
Morre uma flor galante, outra flor engraçada
Vinga, e a ceifa devora a planta engrinaldada;
Sazona um fruto ameno, outro fruto aparece
Verde, e, se o poupa o campônio, algum dia apodrece...
É a morte soberana, o lodo nivelando,
O tempo demolindo, e o tempo edificando.
Falemos do painel das tintas desbotadas...
Quantos vestígios mil de coisas acabadas!
Ferreira Itajubá
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