segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Caveira (Cruz e Sousa)

I
Olhos que foram olhos, dois buracos
agora fundos, no ondular da poeira...
Nem negros, nem azuis e nem opacos.
Caveira!

II
Nariz de linhas, correções audazes,
de expressão aquilina e feiticeira,
onde os olfatos virginais, falazes?!
Caveira! Caveira!!

III
Boca de dentes límpidos e finos,
de curva leve, original, ligeira,
que é feito dos teus risos cristalinos?!
Caveira! Caveira!! Caveira!! 
                                                                                       
Bandeira de Mello , Enterro no sertão, 1984



postado por maíra barbosa

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