sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A MORTE (Cruz e Sousa)

A Morte
Oh! que doce tristeza e que ternura
No olhar ansioso, aflito dos que morrem
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetarm nessa noite escura
Da vida aos frios véus da sepultura
Vagos momentos trêmulos decorrem
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura
Descem então aos golfos congelados
Os que na Terra vagam suspirando
Como os velhos corações tantalizados
Tudo negro e sinistro vai rolando
Báratro abaixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando...


ReneMagritte, Le double secret (1927)

Mari Gomes

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