sábado, 11 de dezembro de 2010

Corpo humano como base de mobiliário



"Human Furniture" do fotógrafo espanhol David Blázquez.
"À distância homem-elemento, ser humano-coisa, se estreita em casa uma das imagens até fundir-se em um todo comum. Não deixamos de ser matéria que cresce, envelhece, se suja e se limpa, sujeita às transformações do tempo. O mobiliário cotidiano que nos rodeia compartilha sua natureza finita, caduca, por isso o homem e o mobiliário formam uma combinação perfeita, funcional", diz o autor das fotos.



3 comentários:

  1. Somos úteis (como corpo) por menos tempo que as coisas, já que este corpo que vive se auto destrói. Enquanto os mesmo pratos e talheres servem a gerações, apodrecemos como tudo que vive. As coisas ainda "nos olham sem sustos, com olhos que nada pensam", sem julgo, enquanto que nós as escravisamos (e uns aos outros) em funções que nos são uteis no conforto, no prazer e no poder. E "cada um sabe a dor E A DELÍCIA de ser o que é", neste breve tempo que nos é dado para exprimir sabores e exalar odores antes que a putrefação nos devore e a morte, piedosa, nos abrace.

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  2. Um dos assuntos essenciais em toda a literatura não superficial é o da coisificação do homem, que alcança a sua perversidade máxima na exploração de uma classe social por outra, uma exploração que é superável pelo facto de que o homem possui uma capacidade revolucionária tanto para mudar a realidade como para transformar-se a ele mesmo.

    “José Saramago: ‘Hay que construir una iberidad cultural común”, Diario de Córdoba, Córdoba, 27 de Outubro de 1994

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  3. A evolução, que nos intervalos da estagnação aponta nos revolucionários, é tão inevitável quanto a morte, e nessa perspectiva posso dizer que somos eternos, pois, na singularidade de cada um, carregamos toda a história da humanidade e ela continua e continua, pois o homem é um processo inacabado, eternamente inacabado. De fato nunca estamos de malas prontas (como disse Quintana) e acredito que fazê-las seja sempre desnecessário, pois o corpo morre, mas a energia permanece, se renova e novamente ganha corpo. Somos todos braços da mesma estrela. Como disse Raul Seixas...

    "Oh morte, tu que és tão forte,
    Que matas o gato, o rato e o homem.
    Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
    Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
    E que a erva alimente outro homem como eu
    Porque eu continuarei neste homem,
    Nos meus filhos, na palavra rude
    Que eu disse para alguém que não gostava
    E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite..."

    (Canto Para A Minha Morte - Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho)

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