domingo, 12 de dezembro de 2010

A MORTE (Cruz e Sousa)


Oh! que doce tristeza e que ternura
No olhar ansioso, aflito dos que morrem...
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura!

Da vida aos frios véus da sepultura
Vagos momentos trêmulos decorrem...
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura.

Descem então aos golfos congelados
Os que na terra vagam suspirando,
Com os velhos corações tantalizados.

Tudo negro e sinistro vai rolando
Báratro abaixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando...


3 comentários:

  1. Se viver é uma angústia, a morte é um livramento, mas arrancar do corpo o sopro de uma alma ainda faminta é dar ao espírito um rastro de sangue. Se não nos saciarmos por completo nesta vida, não há morte que nos conforte.

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  2. "Assim a morte,o mais temível de todos os males,é para nós um nada:enquanto nós existimos,não existirá ela,e quando ela chegar, nada mais seremos.Desse modo,a morte não toca nem os vivos nem os mortos, porque onde estão os primeiros não se encontra ela,e os últimos já não existem mais."Epicuro

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  3. Com as vozes de Quintana:
    "Esta vida é uma estranha hospedaria,
    De onde se parte quase sempre às tontas,
    Pois nunca as nossas malas estão prontas,
    E a nossa conta nunca está em dia."

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